A pandemia no Brasil tem sessenta dias, tempo o suficiente para todo sistema de saúde e gestão mostrar sua deficiência.   Sabemos que a situação é grave, não existe vacina nem remédio para combater o Covid-19. Segundo a maioria dos especialistas, a única alternativa para o enfrentamento é justamente, não enfrentar esse mal, ou seja, ficar em casa obedecendo ao isolamento social. A quarentena pode não ser a melhor alternativa, mas, diante de uma situação pandêmica onde os governos investem pouco em pesquisa e saúde, pode ser a saída mais eficaz embora, para alguns, o isolamento social pode levar o país à derrocada econômica. De certo modo isso pode acontecer mas, em primeiro lugar, deve-se pensar em salvar vidas humanas. A economia, embora seja importante, se recupera com medidas voltadas para o aquecimento do mercado e indústria, por sinal, o governo federal está fazendo isso a passos de tartarugas com distribuição de renda direto para o cidadão. Neste momento, quanto mais dinheiro na mão de quem precisa, melhor. É preciso liberar esse auxílio emergencial de forma mais rápida, isso vai colocar comida na mesa de quem mais precisa e ao mesmo tempo fazer a catraca da economia girar.  É necessário ainda pensar em auxílio para o empreendedor e facilitar a linha de crédito para não deixar empresas quebrarem. O governo estadual precisa acelerar a implantação de uma central de atendimento para acolher pacientes suspeitos de coronavírus na região, isso deve ser para ontem – o que menos precisamos neste momento é gastos com propaganda! Em Itajuipe, algumas medidas tomadas pelo prefeito Marcone vêm sendo importantes, porém, é incompreensível o funcionamento da barreira sanitária por doze horas. Se o intuito é impedir entrada de pessoas com possível vírus não tem sentido funcionar por doze horas. No que concerne a suspensão das atividades comerciais local, na minha modesta opinião, precisa ser repensado. Sabemos que os grandes comerciantes considerados “serviços essenciais” estão liberados para abrir seus comércios obedecendo a decretos e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Acontece que os pequenos comerciantes, aqueles que não têm na porta das suas lojas filas enormes, estão pagando um preço alto – e isso não é justo. Basta a Prefeitura orientá-los para os mesmos cuidados sanitários e permitir a abertura para que possam amenizar o prejuízo.   Acho praticamente impossível, várias pessoas saírem de suas casas para irem numa loja, por exemplo, comprar roupas, um vestido ou um sapato para curtir numa festa (decreto proíbe). Com a importante campanha “fica em casa”, naturalmente essas pessoas, na sua maioria, estarão em casa. Assim, com a barreira funcionando vinte quatro horas, seria mais fácil impedir a entrada do vírus, podendo então liberar o comércio local para funcionar com os cuidados sanitários. Compreendo a preocupação do Prefeito, mas, não deve um gestor medir a população inteira com sua régua. Nem todos têm condições econômicas ou renda para suportar essa crise, assim, uma venda de um produto tão essencial como um quilo de arroz ou quiçá um saque na casa lotérica, existe risco de contrair o vírus. Desse modo, o pequeno empreendedor julgado e condenado “não essencial” vem pagando um preço alto por ser pequeno. O que não parece essencial para uma pessoa pode ser essencial para outras, por exemplo, cortar cabelo, comprar uma torneira, imprimir um boleto, pagar uma dívida, etc. Um governo justo deve ser desigual para socorrer os desiguais. Não deve o gestor tratar os problemas de forma horizontal, é preciso reflexão e diálogo para compreender e decidir de forma coerente. Para isso, basta o gestor analisar onde e como as nove pessoas foram infectadas; andar no comércio, ter sensibilidade, governar para todos ouvindo os segmentos sociais para não cometer injustiças. 
Por: Erê

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