Itajuípe continua pelo mesmo caminho  no trato com a coisa pública. Administrar o público não é conduzir uma empresa privada, não é, e não é assim que deve ser.  O público é da conta de toda a população. Não deve existir falta de clareza! 
A população itajuipense já pagou e, vem pagando o preço com projetos gestados sem transparência – nos princípios da “velha política” onde nos dias atuais requer técnica e profissionalismo. Digo isso, após ver a foto populista do prefeito Marcone e vereadores ’empencados’   para anunciar a chegada de um empreendimento tão importante para o município (é preciso amadurecer como gestores e legisladores). Sinceramente esperava uma audiência pública, no mínimo, uma coletiva de imprensa com os investidores e prefeito dando informações à sociedade.  A população precisa saber de fato o que vem pela frente, saber se o projeto é sustentável, futurista principalmente os mais jovens que buscam o primeiro emprego.
A princípio esse investimento privado que promete destravar a ‘fantasma fábrica de chocolate’ é importante, – muito importante para o município e região. Mas, todo ato que envolve recursos públicos o povo deve tomar conhecimento para avaliar sua dimensão, impacto e não ser golpeado como fomos por muitos anos com a ilusão da ‘fábrica de chocolate’ do prefeito Marcos Dantas. Acredito que esse projeto do empreendimento Caline deve   provocar um impacto social positivo e comportamental dos produtores. Na sua maioria, descapitalizados devido à crise do cacau. Esse empreendimento privado que tem a contrapartida do município em cessão do espaço público e possivelmente isenção fiscal, além de gerar empregos será uma porta de entrada para um modelo visionário de desenvolvimento, daí deve amenizar a crise causada pela falta de visão, na ocasião, dos produtores com a chegada da famigerada vassoura-de-bruxa no início da década de 1990.   Estamos vendo uma luz no fim do túnel para os produtores que já não aguentam mais gritar no deserto por falta de políticas públicas nos três níveis de governos municipal, estadual e federal. A nossa região tem jeito, o problema é técnico e político. Outro dia disse num evento: nossa região precisa de prefeitos, gestores capazes de mobilização. Não acredito em prefeito administrador tão somente de FPM e ICMS como tem sido. Embora seja no último ano do mandato, acho que o prefeito Marcone acordou para a realidade.   Como também não acredito em liderança política que não se manifesta porque tem medo de se expor preferindo ficar calada achando que tem a solução para os problemas técnico e políticos do município de forma simplória. Na minha opinião, o empreendimento chega atrasado, no entanto, nunca é tarde para começar. Quando efetivamente funcionar deve provocar uma demanda na região pelo cacau. Tenho conversado com produtores desde o tradicional cultivo e mão de obra do cacau ao novo modelo de cultivo e manejo. Sabemos que não será fácil, se a fábrica for comprar só cacau com selo de qualidade. A preocupação por hora é que nossos produtores na sua maioria absoluta não se enquadra nessa exigência.  Mas, de tudo, isso não é ruim, é bom! Na verdade pode ser o início da solução da crise. Porque de certa forma vai obrigar os prefeitos saírem dos seus gabinetes em busca de mais investimentos para nossa agricultura e principal cultura porque ainda não temos matéria-prima com qualidade o suficiente para ser processada e exportada. No entanto, temos produtores de forma individual produzindo cacau de qualidade mas, ainda não é o suficiente. A chegada desse empreendimento, como disse anteriormente, deve oxigenar e obrigar mobilização dos produtores; população e políticos. Daí, deixaremos de ser penalizados primeiro pela inércia dos políticos, depois pelas grandes moageiras que compram cacau sem qualidade do continente africano.   Surge uma esperança, quem sabe nosso produto volta a ser valorizado. No entanto, vai precisar destravar os produtores que estão endividados, qualificar mão de obra, principalmente do município para condições do manejo da produção do cacau conforme interesse de mercado para exportação porque chocolate e produtos com matéria-prima do cacau para o exterior exige selo de qualidade. No caso do chocolate para exportação, precisa ter ao menos, 40% de cacau. Mas, só vender a massa, liquor para o exterior não é o suficiente, quem sabe num futuro teremos produção de chocolate em solo itajuipense para consumo no mercado nacional e internacional. Por ora, seja bem-vinda, Caline. 
Por: Erê
Presidente do PSB.
Itajuípe

3 Comments

  1. Bom dia, Interessante a empresa já esta na cidade a mais de um ano, já vai fazer um ano que foi concedida a atuação da mesma, e ninguém toma uma providencia, isso é uma piada. Deve está havendo muitos interesses nisso, quanto será que esse empresa CALINE esta pagando?

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