
A consolidação do poder central do país passou a existir a partir da década de 1930 antes disso, prevaleciam as oligarquias regionais que agiam independente de um comando centralizado. Também não existiam instituições democráticas da sociedade civil para influenciar nas decisões políticas. Sendo assim, no Congresso, apenas uma minoria popular com direito ao voto podia ser considerada uma instituição com característica mais democrática. A ausência de instituições democráticas para mediar a implantação de política de desenvolvimento resultou num processo de industrialização impositivo que satisfazia as indústrias no interior do estado, que foi o principal financiador dessa industrialização que acabou promovendo desigualdades regionais. Embora os dois governos Getúlio Vargas tenham buscado desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento a participação popular não acontecia. Com a ausência de instituições democráticas, as políticas públicas eram orientadas às elites aumentando ainda mais as desigualdades. Ainda na era Vargas, seus governos tiveram como conquistas a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e amparo social porém, voltados para os trabalhadores formais. Vargas tinha como objetivo o fortalecimento da economia nacional ao contrário de Juscelino Kubitschek que tinha como objetivo a abertura do mercado nacional com seu plano de metas para o desenvolvimento, daí abriu-se a economia para o capital estrangeiro consolidando a urbanização brasileira. Ainda assim, os planos de JK e também dos militares beneficiavam apenas uma parcela do poder produtivo o que passou gerar insatisfação – crise social e econômica que influenciou a crise política oxigenando os setores populares (sindicatos, principalmente as indústrias, para a derrubada da ditadura e redemocratização do país). O neoliberalismo, que teve sua forte representação no governo Fernando Collor de Mello passando por Fernando Henrique Cardoso, teve sua continuidade no governo do sindicalista Luiz Ignácio Lula da Silva e, por incrível que pareça, aprofundou-se o “Consenso de Washington”, mesmo assim, as políticas públicas derivadas do consenso neoliberal não foram capazes de promover desenvolvimento com inclusão. A partir da década de 1990, com a desnacionalização da economia subordinada ao novo modelo de desenvolvimento mundial, os governos brasileiros abandonaram o projeto de desenvolvimento nacional, ainda assim, o neoliberalismo não foi o suficiente para promover um modelo de crescimento econômico sustentável. Assim sendo, para que o país continue seu processo de desenvolvimento para concretização de políticas públicas, faz-se importante o engajamento da sociedade civil na defesa de uma democracia participativa para transformação de um Estado que deve ser justo e sustentável.
Graduado em Gestão Pública.
Pós-graduado em Gestão Pública Municipal – UESC.
MBA em Gestão Hospitalar