Na noite de quarta-feira, 24 de abril, a cidade de Itajuípe foi palco de um significativo encontro promovido pela professora Maria Angélica Pinto, conhecida como Jequinha, reconhecida por sua atuação na educação e na preservação da história e cultura do município.

O evento reuniu educadores, lideranças comunitárias, artistas e entusiastas da história política do município, que se reuniram para ouvir a palestra do professor e historiador Igor Farias Góes.

Durante o encontro, Góes abordou sua recente solicitação à Câmara de Vereadores de Itajuípe, feita no dia 3 de abril, para a realização de uma sessão solene que visa a devolução simbólica do mandato do saudoso ex-vereador Clodualdo Cardoso, que foi cassado em 1964 durante o Golpe Militar.

Segundo Góes, essa iniciativa carrega um forte caráter pedagógico e reparador. “Trata-se de um gesto simbólico, mas de grande importância histórica, pois visa reconhecer uma injustiça cometida contra um cidadão que dedicou sua vida à luta pelos direitos dos trabalhadores e pela justiça social”, afirmou.

Clodualdo Cardoso, eleito vereador em 1962 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), teve seu mandato interrompido devido a motivações ideológicas, sendo acusado de comunismo e preso logo após o golpe.

O encontro também proporcionou um espaço para que os participantes compartilhassem lembranças e histórias relacionadas a Cardoso, ressaltando suas contribuições para movimentos sociais e sua incansável luta pela dignidade do povo, evidenciada por meio de seus jornais, que denunciavam os abusos sofridos pelos trabalhadores rurais.

Além de discutir a figura de Clodualdo, o evento serviu como um momento de reflexão sobre a história e a memória política de Itajuípe, abordando o impacto da ditadura militar no interior do país e a urgência de revisitar narrativas que foram silenciadas ao longo das décadas.

O gesto simbólico de restituição do mandato foi interpretado pelos presentes como um passo fundamental para a construção de uma memória mais justa e democrática na cidade.

Esse encontro destaca a importância de reconhecer e valorizar a história local, promovendo o diálogo sobre injustiças passadas e a necessidade de reparação, não apenas no âmbito político, mas também social e cultural.

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