
Em uma proposta inovadora, o mestre em história Igor Góes (foto), sugeriu aos vereadores de Itajuípe a devolução simbólica do mandato do saudoso vereador Clodualdo Cardoso, cassado durante o regime militar em 1964. Clodualdo, que foi eleito de forma democrática em 1962 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), representava os interesses dos trabalhadores e das camadas populares da sociedade.
Segundo Góes, a interrupção do mandato de Clodualdo Cardoso e sua prisão foram eventos marcantes e injustos que precisam ser reparados. A devolução simbólica do mandato, conforme argumenta, visa realizar um ato de reparação histórica, alinhando-se a iniciativas semelhantes que têm sido adotadas em diversas esferas legislativas do Brasil em reconhecimento a outros injustiçados pela ditadura.
O historiador destaca a importância desse gesto para a preservação da memória política de Itajuípe, considerando-o fundamental para a construção de uma memória coletiva mais justa e coerente com os valores democráticos.Clodualdo Cardoso, além de sua atuação política, foi um dos fundadores da Sociedade Aliança dos Artistas e Operários de Pirangi em 1930, uma entidade sem fins lucrativos dedicada a atividades culturais e sociais no município.
A proposta de Igor Góes poderá abrir um precedente para discussões sobre a reparação histórica e a importância de reconhecer e valorizar a luta de figuras que, como Clodualdo Cardoso, se dedicaram ao bem-estar da população em tempos difíceis.