“Minha mãe era uma guerreira, fez de tudo para educar os filhos” 
Um sonho que se transformou em realidade. A história de vida e superação que vou contar nas próximas linhas começa na adolescência do então garoto Gilson Santos de Souza que trabalhou no início da década de 1970, ainda adolescente, no Bar Natal, do saudoso Fernandinho Curió, na Praça Vereador José Adry  em Itajuípe. Gilson tem hoje 63 anos de idade. Radicado na mais populosa capital do país, se orgulha em ter nascido em Itajuípe, onde ainda vive seus primos e alguns amigos de infância. Itajuipense raiz, seu sonho, desde criança, era ser músico mas, as condições de seus pais trabalhadores rurais Bidú e dona Paulina não permitiam sequer comprar um violão para o filho. Ainda garoto, já querendo dar os primeiro passos na arte musical, ele lembra que teve na Aliança dos Artistas, por um período, aula de música com o maestro Joel Carlos, do Rio de Janeiro, onde despertou, de fato, seu gosto pela música e também, segundo ele, sempre corria até os ensaios da magnífica banda de bailes “Os Brasas”, comandada pelo saudoso João, Antonilson, Jaelson, Arnaldo e Tonhão, e ficava encantado com  cada acorde. Até que um dia pediu para Tonhão deixá-lo fazer uns acordes na sua guitarra. Daí para frente não tirava da cabeça o sonho de ser músico – já sabia que era isso que mudaria a sua vida. Sua mãe, querendo dar um futuro melhor para os 16 filhos, achou que o futuro da família não estava na terra do cacau e migrou para São Paulo assim que Gil terminou o ensino fundamental na então Escola de Comércio.
Como a maioria dos retirantes nordestinos, chegando  a capital paulista, todos tinham um só objetivo: trabalhar, estudar, lutar para vencer na vida – e foi exatamente assim que aconteceu. Seus saudosos pais conseguiram formar todos os filhos – lutaram, constituíram suas famílias e venceram cada um dentro das suas opções profissionais. “Minha mãe era uma guerreira, fez de tudo para educar os filhos” conta ele, que se formou em Administração pela Universidade Franciscana. Voltemos então ao início da sua carreira profissional. Como músico e compositor no final da década de 1970, Gilson que, na ocasião, tinha longos cabelos, teve o nome artístico dado pelo produtor musical Frank Arduim devido ser baiano e ter características físicas semelhantes ao renomado artista conterrâneo Caetano Veloso. “Nunca foi pretensão de minha parte comparar os talentos, foi homenagem mesmo” diz Gil.  Com o nome artístico já definido, Gil Velloso entrou de cabeça no mundo da música e fez carreira como contrabaixista, compositor e produtor musical ao lado do consagrado músico, seu ídolo, Tim Maia, bem como seu saudoso compadre Luiz Melodia e outros artistas renomados como Os Originais do Samba, Genival Lacerda, Peninha, Casa das Maquinas, Neguinho da Beija Flor, Roberto Ribeiro, Carlos Dafé, Luiz Ayrão, Agepê, Emilio Santiago e Kátia.
Como compositor, segundo ele, já teve mais de 500 músicas de sua autoria gravadas em parcerias com renomados artistas de diversos seguimentos e ritmos musicais inclusive, participou dos festivais da Record na edição de 1991 com a música “Aquilo Roxo”. Ele conta que o título foi uma referência a uma afirmação do presidente Fernando Collor que chegou a dizer, na ocasião, que não sofreria o “impeachment” por que tinha “aquilo roxo”. Com a música, chegou entre os finalistas com participação no LP do festival. Gil se orgulha em ter trabalhado com os artistas que foi fã na adolescência quando trabalhava no bar e ouvia suas canções. Gil Velloso rodou o Brasil e parte do mundo, da América à Europa, participou de diversos programas em  emissoras de rádio de televisão – Clube dos Artistas, Almoço com as Estrelas, Viva a Noite, TV da Gente, Netinho de Paula – além de ter seu nome citado em mais de cinco livros inclusive, nas biografias dos seus saudosos amigos Mussum e Tim Maia. Fundou, nos anos 1990, a Produtora GVA tendo como sócio de gravações RED FOX que no momento produz diversos artistas, priorizando o conteúdo musical. Sempre bem informado com o mercado da música, com a experiência musical na bagagem, segundo ele, a música “deixou de valorizar conteúdo”. Atualmente, Gil se volta para seu novo projeto como produtor musical junto com a cantora Kátia, afilhada do Rei Roberto Carlos, num projeto musical inovador, que ele assina como produtor: “Kátia canta Roberto”. 
Embora tenha deixado para trás sua terra raiz há quase meio século, com quinze anos de idade, e com objetivo de realizar seu sonho no mundo da música, constituído família em São Paulo, Gil Velloso costuma dizer: “quem vive da música, mora no mundo”. No entanto, mesmo vivendo e correndo o mundo nunca esqueceu as suas origens e lembra-se dos primos Dedê, Branco, da saudosa professora Elza Weyll, no Colégio Municipal Professora Leolina Nazareth de Andrade e do colega, Jorge Bicuíca, na Escola de Comércio, com quem não perdeu a ligação e sempre compartilham as lembranças da infância e adolescência em sua terra natal a pequena e aconchegante Itajuípe, no sul da Bahia. 

Por: Erê

4 Comments

  1. Bacana Gil! Eh isso guerreiro! De Itajuípe para o mundo, fantástico! O cara é fera!
    Acredito, que o povo da cidade de Itajuípe, tem muito orgulho por você representar bem a cidade.

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